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Política ARTIGO

Especialista aponta Helder na disputa presidencial em 2026

Participação do governador do Pará na próxima eleição para presidente é tida “como muito provável”, na avaliação de estrategista eleitoral.

29/08/2023 08h19 Atualizada há 8 meses
Por: Gesiel Teixeira Fonte: Diário do Pará
O governador tem se destacado na área ambiental e, além de garantir Belém como sede da COP 30, conseguiu apoio do presidente Lula para realizar, também na capital do Estado, os Diálogos Amazônicos e a Cúpula da Amazônia | Mauro Ângelo/Diário do Pará
O governador tem se destacado na área ambiental e, além de garantir Belém como sede da COP 30, conseguiu apoio do presidente Lula para realizar, também na capital do Estado, os Diálogos Amazônicos e a Cúpula da Amazônia | Mauro Ângelo/Diário do Pará

Em artigo no blog “De Dados em Dados”, publicado no site do “Estadão”, o estrategista eleitoral Bruno Soller, que analisa o comportamento do eleitor brasileiro com base em big data e pesquisa, afirma que o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anfitrião da COP-30 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas), que será realizada em Belém, em 2025, tem se tornado uma importante liderança da agenda ambientalista em nível mundial.

O especialista ressalta que, aos 44 anos, Helder é cotado para a disputa à Presidência da República em 2026. “Sua ascensão como player ambiental já tem causado rumores sobre o jogo eleitoral de 2026, ainda mais com a indefinição de Lula sobre a tentativa de concorrer a um quarto mandato”, escreve Soller.

Especializado em pesquisas de opinião pública, graduado em Relações Internacionais pela PUC-SP, com especialização em Comunicação Política pela George Washington University (EUA), Bruno Soller já trabalhou com estrategista no governo federal, na Câmara dos Deputados e na Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, que é politicamente independente.

“Reeleito de maneira acachapante, fortalecido pela COP-30 e tendo o pai, senador Jader Barbalho, no Senado Federal, o irmão, Jader Filho, como ministro das Cidades, a mãe, Elcione Barbalho, terceira deputada federal mais votada do Estado, a participação de Helder na contenda presidencial de 2026 é tida como muito provável. Resta saber em qual posição do jogo ele estará. Caso Lula venha à reeleição, sua vice será absolutamente disputada, e o nome de Helder, certamente figurará entre os postulantes com maiores possibilidades”, afirma Soller no artigo publicado na edição do Blog, no Estadão, no último dia 25 de agosto.

“Helder Barbalho, governador reeleito do Pará, anfitrião da COP-30, tem se tornado uma importante liderança da agenda ambientalista em nível mundial. Recebido pelo Rei Charles III, do Reino Unido, que tem um histórico de ativismo ambiental, Helder tem roubado o protagonismo internacional de Marina Silva como referência política brasileira na área”, destaca o artigo.

“NOVA CARA”

Bruno Soller lembra que o MDB, partido do governador paraense, vem apresentando candidatos próprios para a Presidência da República em duas eleições gerais, em 2018 com Henrique Meirelles e em 2022 com Simone Tebet.

Na avaliação do estrategista político, o partido “pode buscar no governador paraense, que conseguiu o feito de se reeleger com 70,14% dos votos, uma nova cara para a corrida presidencial de 2026, eleição que pode ser a primeira de uma nova geração de políticos”.

 

PEGADA AMBIENTAL

A pegada ambiental, fortemente defendida pelo governador Helder Barbalho, na avaliação de Bruno Soller, garante protagonismo político, embora não tenha mostrado ainda ser um poderoso instrumento de gerador de votos. Ele cita recente pesquisa da Atlas/Arko, que mostra que apenas 2% dos brasileiros consideram os problemas ambientais como os mais graves do país.

“Esse certo distanciamento com o tema não faz do brasileiro indiferente ao assunto. Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria apontou que 77% dos brasileiros se dizem muito preocupados com o meio ambiente e para 95% é possível alinhar progresso econômico com a conservação ambiental, em particular da região amazônica”, revela o texto do Blog “De Dados em Dados”.

 

“Pode não ser a questão ambiental a força motriz para determinar o voto do brasileiro, mas, sem sombra de dúvidas, o assunto é de interesse do eleitor e pode gerar uma relação direta entre o candidato e quem o escolhe”, opina o estrategista, especializado em pesquisas de opinião pública.

PESO DAS PAUTAS AMBIENTAIS

Bruno Soller lembra a candidatura da atual ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em 2010, que obteve 19,33% dos votos para presidente da República e em 2014 alcançou 21,32%. “Marina conseguiu, a partir da sua exposição global como líder ambientalista, ser a candidata com a melhor intenção de votos de uma terceira via no pós-redemocratização”, cita o autor. Depois da eleição de 2014, Marina não se candidatou mais ao cargo, sendo eleita no ano passado a uma das vagas de deputada federal por São Paulo, e não foi substituída por nenhuma liderança ligada à causa ambiental.

Na opinião dele, “as pautas ambientais cada vez mais estão no cerne das grandes lideranças políticas mundiais”. Na opinião do estrategista, o Brasil é um grande ator global quando a pauta é meio ambiente e sustentabilidade. “Desde a Eco-92, sediada no Rio de Janeiro, o Brasil se tornou liderança diplomática no assunto. O anúncio de que o país sediará a COP-30, em novembro de 2025, aumentou ainda mais as movimentações políticas brasileiras no campo internacional, projetando o Brasil como autoridade extrema na agenda. A escolha de Belém para receber o evento impacta não só na projeção internacional da Amazônia, já que é uma das principais cidades da região, mas no jogo político de 2026”, conclui.

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