Ronilson de Jesus Santos, presidente da Associação do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (APDS) Virola Jatobá, foi encontrado morto na manhã da última sexta-feira (18), no quintal de sua casa, localizada na zona rural de Anapu, no sudoeste do Pará. A vítima foi assassinada a tiros.
E agora quase uma semana depois os suspeitos do assassinato foram presos. Na última quarta-feira (23) Antonio Alex e Cássio Henrique chegaram presos na 22ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Altamira.
As diligências começaram por volta das 6h da manhã, na cidade vizinha de Pacajá, na residência de João Antônio Pereira Franco, principal suspeito de ser o mandante e executor do crime.
Durante as buscas, ele não estava na residência, mas foram encontradas munições de calibres 9 mm e.36, além de um estojo de pistola compatível com o armamento utilizado no homicídio. Também foi apreendida uma motocicleta azul, semelhante à usada no dia do crime, além de celulares, câmeras e capacetes.
A ex-companheira de João foi presa em flagrante por posse ilegal de munição de uso restrito. Ela confirmou que a motocicleta pertencia a ele, e que o suspeito estaria em uma fazenda, localizada no assentamento PDS Virola Jatobá, em Anapu.
Ela ficou detida na Delegacia de Pacajá, mas foi liberada após pagar fiança. A Polícia informou que ela não teria ligação com o homicídio.
Simultaneamente, outra equipe da Polícia Civil foi até a fazenda indicada, onde Cássio Henrique dos Santos do Carmo foi preso por um mandado de prisão em aberto, e Antônio Alex Pacheco Nunes, por posse ilegal de cinco espingardas artesanais.
Outro suspeito conseguiu fugir pela mata. Também foram apreendidos celulares, munições e uma antena de internet.
As investigações indicam que João disputava o controle da área ocupada por Ronilson e outros membros da associação. Segundo a polícia, ele teria oferecido dinheiro e lotes de terra à vítima para que ela deixasse o assentamento. Diante da recusa, João passou a ameaçá-la e a realizar ações intimidatórias com homens armados.
A principal linha investigativa aponta que o homicídio foi motivado por disputa fundiária e praticado a mando de João, em retaliação à resistência de Ronilson em deixar o local onde ocupava junto com outras famílias irregularmente.
Mas, o jornalismo da Vale do Xingu teve acesso a uma informação de que o INCRA estudava uma forma de realocar as famílias da Associação de Ronilson para outra localidade, tendo em vista a região tratar-se de Área de Reserva Legal, protegida pela legislação ambiental.
Já o mandante, foi apontado como posseiro na região, ele tem uma fazenda no município e queria expandir negócios com aquisição de novos lotes. A ação foi realizada pela Delegacia de Conflitos Agrários de Altamira (DECA), em parceria com outros departamentos da polícia, que em menos de uma semana conseguiram identificar os executores.
Segundo dados da Defensoria Pública do Pará (DPE-PA), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Agência Pública e de processos judiciais tramitando no Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), desde 2005, quando a missionária americana Dorothy Stang foi assassinada, outras 22 pessoas foram mortas por conta de conflitos agrários em Anapu.
Neste último caso, informações que ajudem a localizar João Antônio Pereira Franco, mandante do homicídio devem ser repassadas à Delegacia de Conflitos Agrários, ou nos telefones da polícia, o 181 ou 190. (Com Confirma Notícia)
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